QUEM FOI PAI VINICIUS DE OXALÁ DOMAIA BOKUN

JOSÉ VINICIUS GALHARDO PASSOS

(1930-2000)

 

Nascido em 10 de agosto de 1930, ainda muito jovem, apesar de descender de familia abastada, sempre procurou lutar por si e, desde os 12 anos, passou a militar no teatro, cinema e posteriormente na TV, sendo considerado na época um ator genérico.

 

Trabalhou ao lado de Dercy Gonçalves, Virginia Laine, Mara Rúbia, Carlso Cotrin, André Vino, Meire e Daniel Filho, Joana D´Arc, Luz Del Fuego, Elvira Pagan, Walter Pinto, Costinha, Bibi Ferreira entre outros. 

Tendo viajado pelo Brasil e sendo reconhecido como um dos bons atores de sua época, adotara o nome teatral de Guerton Paiva.

 

Após esta fase de sua vida, dedicou-se ao comércio, uma vez que já iniciara a sua vida espiritual, nunca se furtando de ajudar quem quer que fosse sem preocupar-se com retornos.

 

Dedicou-se também ao carnaval, no Rio de Janeiro pela Mangueira e, em Porto Alegre 28 anos pela Praiana, onde militou em todos os postos, tendo sido presidente e em duas ocasiões Diretor de Finanças.

 

Foi vice-presidente da Associação Carnavalesca do Rio Grande do Sul ao lado do Sr Macalé.

 

Além de ter sido um Babalorixá dedicado aos seus afazeres espirituais e familiares nunca descuidou de seu amor a Praiana e foi em sua última gestão como presidente que a Praiana foi promovida de volta ao Grupo Especial do Carnaval de Porto Alegre em 2000, logo após ele falecer e, infelizmente ele não viu a escola desfilar neste ano como Campeã. 

 

A infelicidade maior foi a diretoria que assumiu a escola apos a sua passagem não citar o seu nome em nenhum momento na hora dos louros, na hora de receber o Troféu, o que considerei uma falha lastimável pois foi graças ao seu trabalho, as suas grandes ideias nos anos anteriores que a conquista chegou e falo com convicção pois assisti tudo ao seu lado desde o seu primeiro dia como Presidente.

 

Aos 17 anos sua mãe carnal chamou um terreiro para fazer um trabalho (defumação) em nossa casa em Torres-RS, e durante o passe,  o Cacique Pai Xangô, da falecida Mãe Edelvira me disse que eu havia nascido com uma missão e aquilo me pareceu engraçado porque na época, eu não acreditava, acho que nem em Deus, achei muito esquisito aquilo tudo.

 

Posteriormente, ele ingressava no Teatro de Emergência, no Largo da Azenha em Porto Alegre e como o pessoal costumava ir num terreiro e, como eles iriam sair em viagem, eles acharam bom que fossem tomar um passe e ele não quiz discordar e foi junto.

Por incrível que pareça, era o mesmo pessoal daquela senhora do terreiro que fez o trabalho na sua casa. Ao entrar no terreiro, o Cacique disse para Vinicius: - "Você na minha casa?", você nasceu com uma missão! me repetindo o fato.

 

Ali, pela primeira vez, no passe, ele sentiu que girava, havia qualquer coisa diferente nele. Naturalmente ele estranhou mas pensou que estivesse hipnotizado.  

Após esta fase, Vinicius foi realmente para o Rio de Janeiro e lá ingressou no teatro profissional numa companhia famosa de Dercy Gonçalves. 

As coisas não iam bem na companhia e a Dercy achou que tinha "algum pé frio" no meio deles e resolveu levar toda a companhia a um terreiro de Umbanda de Ogum Beira Mar. 

 

Qual não foi a sua surpresa quando o guia chefe me chama e diz:- "Você não sabia, não te disseram que você nasceu para uma missão?"

 

A partir deste momento ele viu que era muita coincidência, que havia uma ligação nos fator e se interessou pela pela Religião, começando a se preparar lá mesmo, nesta terreira de Beira Mar.

Muito trabalho, muita agitação no Teatro por assuntos profissionais foi para São Paulo mas ao sair do RJ, recebeu uma ordem do chefe do Terreiro, de que não deveria frequentar nenhum outro, a não ser no Rio Grande do Sul, na minha volta.

 

Achando estranhou, pois não era seu desejo de voltar ao Sul.

Alguns meses depois em São Paulo, depois de muitas peças teatrais, filmes etc, ele sentiu-se cansado e mesmo contra a regra, abandonava a sua companhia e sabia que isso poderia lhe render uma suspensão teatral.  Foi descansar em Torres com sua familia.

 

Neste meio tempo, resolveram colocar um comércio, e a outra surpresa, o seu Guia Ogum Megê resolveu se apresentar e atender pessoas doentes, que começavam a formar caravanas na sua casa essustando até o padre local que criava problemas e tentava proibir as pessoas de passarem na frente de sua casa.  Esteve em Torres por dois anos e já praticamente com um terreiro aberto mas sem querer e após este periodo os seus parentes continuaram com o terreiro e ele foi para Porto Alegre.

Voltou naquele terreiro que havia recebido a ordem para ir e fez um reforço do seu apronte na Umbanda e lá ficou até a morte de sua Mãe de Santo.

 

Na Nação africana, em Porto Alegre, depois de pronto na Umbanda, por uma imposição dos guias, fez seu primeiro bori na casa de Mãe Julia de Odé e quando ela faleceu passou para a mão de Pai Nelson de Xangô Orofomi.

 

Em julho de 1998, no senso realizado por mim, a Bacia Religiosa de Pai Vinicius, contava com 3.978 descendentes sendo, 151 filhos, 1889 netos, 1.872 bisnetos e 66 tataranetos.   No último senso que realizei em 2000, até um pouco antes da passagem de Pai Vinicus, a bacia alcançava 7045 descendentes com um total de 250 casas abertas de seus descendentes no Brasil, Argentina, Itália e Uruguai.

 

Deixei registrado no Livro "O Afro-Brasileiro e Umbanda na Visão de Vinicius de Oxalá" qual a sua angustia e quais eram os seus sonhos.

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CENSO GERAL DA RAMIFICAÇÃO DA BACIA DE PAI VINICIUS DE OXALÁ DOMAIA BOKUN

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FILHOS COM CASA ABERTA

 

PAI CHIQUINHO DE BARÁ -

PAI RODOLPHO DE BARÁ - Argentina

PAI LUIZINHO DE OGUM 

MÃE LEONOR DE OGUM - Argentina

MÃE LURDES DE IANSÃ

MÃE IVONE DE IANSÃ

MÃE HELENA DE IANSÃ

MÃE ZAIRA DE XANGÔ

PAI ROMI DE XANGÔ

MÃE LILITA DE ODÉ

MÃE ELI DE ODÉ - Argentina

PAI QUIQUE DE ODÉ - Argentina

MÃE MARTA DE ODÉ

MÃE ANA DE OXUM

MÃE NORMA DE OXUM - Argentina

MÃE AUREA DE OXUM

PAI ALBERTO DE OXUM - Argentina

MÃE GLACI DE IEMANJÁ

MÃE GESSI DE OXALÁ

PAI MARCO DE OXALÁ

PAI ALCIDES DE OXALÁ

PAI JOÃO DE OXALÁ - Uruguai

PAI CACHO DE OXALÁ - Argentina

PAI NECO DE OXALÁ 

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HOMENAGEM PÓSTUMA 

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PAI ZEFERINO DE BARÁ - Argentina

PAI TESOURA DE OGUM

MAE REBECA DE IANSÃ - Argentina

MÃE EUGÊNIA DE XANGÔ 

PAI NILTON DE XANGÔ

MÃE RIETE DE XANGÔ

PAI TONINHO DE OXUM

MÃE MARIA LUIZA DE OXUM 

PAI WALTER DE IEMANJÁ

MÃE GLADIS DE IEMANJÁ

MÃE CRISTINA DE IEMANJÁ - Argentina

PAI LUIZINHO DE IEMANJÁ - Argentina

MÃE HORACINA DE OXALÁ -

PAI ARISTISDES DE OXALÁ

PAI IVO DE OXALÁ

PAI BRENO DE OXALÁ - 

PAI RICARDO DE OXALÁ - Argentina

MÃE BETH DE OXALÁ -Argentina

PAI JOSÉ LUIZ DE OXALÁ - Argentina

MÃE INÊS DE OXALÁ - Argentina

MÃE ELOAH DE OXALÁ

PAI TATAU DE OXALÁ

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 O JEJE VODUN

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- VEJA AQUI O INICIO E O FIM DA SURAOMO

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Brazão da Bacia
Praiana

                                    Pai Vincius  de Oxala                    Brazão da Bacia                            Pai Vinicius e Beto de Ogum

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Livros

Esgotado em suas duas edições..

AGUARDEM

 

Dedicatória a Beto de Ogum

Novidades em breve.......